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Já vivi belos e intensos momentos de amizades, mas como todo mortal, já tive dolorosas experiências também. Após uma delas, afim de demonstrar meu desgosto, minha mágoa e minha profunda decepção, soltei rispidamente essa frase:
“A Amizade que eu acredito, não existe.”
E as promessas feitas? E os sorrisos compartilhados? E as lágrimas misturadas? Os segredos contados, os sonhos, o perdão, o amor, onde está o amor? Aquele que tudo espera, tudo suporta e tudo crê? Tive como resposta um denso silêncio, uma fria lacuna chamada ausência e uma única certeza: 
“A Amizade que acredito, não existe.”

Certa vez me perguntaram qual era o meu conceito de amizade e sem hesitar  eu repeti as palavras do filósofo Aristóteles:


“Amizade é uma alma em dois corpos.”

Deus é perfeito e Ele mesmo criou esse belo laço chamado Amizade. Mesmo que venha a tempestade marcada pelos ventos fortes, trovoadas, relâmpagos, raios, muitos estragos que tentam convencer  o contrário, para mim,  o significado dessa palavra continua puro, roubando um grande sorriso do meu coração e o fazendo transbordar. Não há como fugir, não há como discordar, essa amizade existe. Existe  hoje e existiu também na vida de Jônatas e Davi. Em I Sm 18 : 1 diz: “Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; E Jônatas o amou como à sua própria alma.” Algumas traduções dizem que Jônatas o amou como amava a si mesmo. Esse é o amor que Cristo nos propõe.

Unir uma alma a outra é não se importar com os avessos do coração, sempre haverá um ponto de acordo. Não se importar com os desapontamentos, sempre haverá um ombro para recostar, um colo pra chorar e mãos para ajudar.
Amar como a própria alma é enxergar a beleza que existe dentro do outro, mesmo quando esta não é demonstrada e pode-se dizer: “Eu vejo o que você não diz. Eu sei quem você é. Eu Vejo você.” É enriquecer, aperfeiçoar, enobrecer. É confiar, unir emoções, servir com prazer e deixar que dois corações se unam formando um só, pois onde há unidade, ali o Senhor ordena a sua benção.

No coração de um verdadeiro amigo existe o zelo em não poupar a verdade, em não encobrir erros e nunca,  nunca faltar o perdão. Uma frase que muito me emocionou, foi dita, ironicamente, por um “burro” no filme “Shrek” em resposta a seguinte pergunta do Ogro: “Se eu te trato tão mal, por que você ainda está aqui? O Burro responde: “Porquê é isso que os amigos fazem. Eles se perdoam.” 
Um amigo não dirá “nunca”, porque as boas-vindas jamais acabarão. Aquele que está pronto para perdoar está pronto para viver uma vida inteira como amigo, porque em seu coração, nos pequenos e grandes detalhes, guardará esse amor que o mantém firme. Cristo nos ensina a perdoar 70x7, por isso, ouso dizer que,  Amigos são amigos para sempre, se o Senhor é o Senhor deles.

A indagação de um amigo não é se seus amigos são verdadeiros, mas se ele é um verdadeiro amigo. 
“Ser amigo”. Termo que talvez não possa ser definido e que palavras não podem expressar sua grandeza, mas pode ser vivido intensamente. Você pode  tornar-se o melhor amigo deixando que seus amigos encontre nos seus olhos, compreensão; encontre em seu sorriso, alento; encontre em você, um dar sem exigir, uma entrega sem calcular e uma espera sem se cansar. Encontre em você uma palavra amiga, daquelas que contêm calor para três invernos e não palavras que ferem como seis meses de frio rigoroso. O amigo sabe que as dívidas da amizade são impagáveis, mas que deve-se ao menos reconhecer o débito.

Quanto a mim, quero Cativar. Sentar-me cada dia mais perto de meus amigos. Ser paciente, fazer com que a vida deles se encha de sol e que conheçam um barulho de passos diferente dos outros. Entender que eles são únicos no mundo e que eu tenho necessidade de cada um. Guardar comigo o segredo de que o essencial é invisível aos olhos e que o tempo que eu perdi com eles é que os fez tão importantes. E depois de ter cativado, me torno eternamente responsável por eles, afinal, são amigos, e nem todos têm amigos, muito menos eu. (O Pequeno Príncipe).

Quanto a você, que seja um amigo que valha a pena, e que, com o passar dos anos signifique mais que o ouro. Ofereça o seu melhor, que é a essência de Deus e a pureza da alma. Entenda o sentimento do outro, que pode até não ser demonstrado, mas que um dia irá se manifestar e mesmo que você não saiba o que é, seja digno de recebê-lo. 

A Graça seja com vocês.



Tínhamos 15 anos e uma amizade cinzenta, cor de chumbo derretido.

Não me lembro de como nos tornamos amigas; lembro apenas que, tanto ela quanto eu, nunca éramos convidadas para os jogos durante o intervalo e, muito menos, para as festas das meninas mais populares do colégio.

Acho que nos tornamos amigas por não ter outra opção.

Fato é que ela era minha única amiga e por isso o título de ‘melhor amiga’ era dela.
Apesar de sermos opostas em quase todas as áreas, juntas, aprendemos o respeito e a dedicação que uma amizade exigia.

Foram praticamente quatro anos de amizade aprendida; amizade que precisava se fazer conquistada.
No quarto ano, nossa amizade começou a criar traços mais leves e cores mais bonitas mas, mesmo assim,  teve um fim.
O que aconteceu?

Bem, eu mudei.
Mudei de turno.
Comecei a trabalhar e isso me levou a outros caminhos.
Percebi que nossa amizade não tinha apenas cor de chumbo, mas também era feita de papelão. 
Choveu distância e pronto: a amizade desbotou, rasgou, virou nada!

Se foi a mudança que tive ou a ‘não mudança’ dela que nos fez distantes, não sei.
Mas sei que sinto falta dela.
Sinto falta das risadas durante o intervalo e dos passeios até a biblioteca.
Ela era ótima aluna e nossas notas eram motivo de muita competição.
 Não era uma competição rude ou ciumenta, era competição divertida: ela sempre ganhava em matemática e eu sempre vencia em filosofia.
Sinto saudade. Dela. Dela e de inúmeras pessoas que passaram pela minha vida. 

Pessoas de alma e pessoas possuídas pela ambição.
Pessoas de tamanhos diferentes e com a alma do tamanho do mundo.
Pessoas que jamais dividiam um chocolate e, outras, que sonhavam em dividir uma vida.

Inúmeros contrastes, múltiplas diferenças, mas sempre pessoas.
Ano passado fiquei sabendo que o pai dela morreu. Fiquei sem rumo.
Minha amiga perdeu o pai eu não estava lá.
Me sinto culpada.
Tentei de algumas maneiras entrar em contato.  
Não consegui.
Doeu mais ainda.

Minha amizade cor de chumbo me ensinou que a gente nunca sabe quando será o último dia, quando os passos irão se desencontrar, quando seremos assaltados pela vida ou levados pela distancia.
Se eu pudesse voltar atrás, deixaria minha amizade um ou dois tons mais clara.
Falaria mais vezes o quanto seus conselhos eram importantes e não pouparia nem um abraço sequer.

Perdoaria mais vezes e mais rápido.
Me importaria menos com as notas e mais com os intervalos.
Falaria mais sobre aquele moço estranho que ela paquerava e até bancaria a cupido.

Essa foi a única amizade cor de chumbo que tive.
 Hoje tenho amizades verdes, azuis e brancas e devo isso a ela, à pessoa que me ensinou a ser amiga.
É uma pena que ela nem desconfie disso.


 Luciana Leitão

 
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